Usina de Purificação de Biometano I Ecoparque Paulínia Foto: Orizon/Divulgação
Estadão – 05/05/2025
Em entrevista ao Estadão, Milton Pilão, CEO da Orizon, destacou que a decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de retirar o país do Acordo de Paris pode fortalecer o papel do Brasil como líder global em sustentabilidade. A Orizon, empresa especializada em transformar resíduos em energia e outros produtos, vê na COP-30, que ocorrerá em Belém em novembro, uma oportunidade para o país se destacar.
Tecnologia transforma lixo em lucro
Com receita de R$ 1 bilhão em 2024, a Orizon opera ecoparques que processam resíduos para produzir biogás, energia elétrica, adubos, materiais reciclados e créditos de carbono. Atualmente, a empresa trata 11% do lixo coletado no Brasil, equivalente aos resíduos de 40 milhões de pessoas em 12 estados.
Desafios e avanços regulatórios
Pilão ressaltou que o setor não falta leis, mas sim implementação eficaz. Apesar do marco do saneamento exigir o fechamento de lixões, muitos ainda operam no país. Ele citou avanços como a lei do combustível do futuro, que impulsiona o biometano, e a entrada da Petrobras nesse mercado, com demanda prevista de 700 mil m³ diários de gás natural renovável.
Créditos de carbono e COP-30
A Orizon foi pioneira em projetos de créditos de carbono certificados pela ONU, mitigando emissões de metano, gás com alto potencial de aquecimento global. Pilão espera que a regulamentação do mercado regulado de carbono no Brasil permita acesso a novos mercados internacionais. Na COP-30, a empresa defenderá a importância de reduzir os “super poluentes”, como o metano proveniente de resíduos.
Crescimento e participação popular
Com investimentos em tecnologia e financiamentos verdes, a Orizon expande sua atuação. Pilão acredita que a COP-30 terá grande engajamento popular, reforçando a relevância do tema ambiental no Brasil.
Fonte: ESTADÃO
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