Usina de Purificação de Biometano no Ecoparque Paulínia — Foto: Divulgação/ Orizon

O Globo – 22/04/2025

O lixo gerado diariamente é um dos maiores desafios para o clima. Quando descartado de forma inadequada, seja em decomposição ou queima a céu aberto, ele emite metano, um gás 25 vezes mais prejudicial que o CO₂ e um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global. No entanto, quando tratado corretamente, esse mesmo gás pode ser convertido em biometano, um combustível renovável que ajuda a reduzir seu impacto ambiental.

Atualmente, o Brasil produz 840 mil metros cúbicos de biometano por dia, de acordo com a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás). Existem 11 usinas em operação, a maioria em aterros sanitários, mas com 32 projetos em fase de aprovação, a produção pode saltar para 1,4 milhão de metros cúbicos adicionais. A Abiogás estima que, até 2030, o país poderá atingir 8 milhões de metros cúbicos diários.

Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) determinar o fim dos lixões, o Brasil ainda possui cerca de 2,5 mil deles, onde muitos municípios continuam descartando resíduos de forma irregular. Nesses locais, a decomposição da matéria orgânica libera metano diretamente na atmosfera, agravando o efeito estufa. Já os aterros sanitários, projetados para evitar contaminação do solo, permitem a captura e transformação do metano em biometano.

— “Cada aterro sanitário hoje é como um poço de petróleo de combustível renovável. O Brasil tem uma ‘Arábia Saudita’ de energia limpa”, afirma Pedro Maranhão, presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).

O país gera mais de 77 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo que 40% ainda são descartados incorretamente. A Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2023, estabeleceu metas para substituir parte do gás natural por biometano, visando 10% do mercado até 2034. Contudo, para isso, é necessário ampliar a estrutura de produção, já que o biometano leva cerca de três anos para ser gerado a partir da decomposição do lixo orgânico.

Créditos de carbono e avanços no setor

Marco Legal do Saneamento Básico previa o fim dos lixões até 2021, mas o prazo foi estendido e, mesmo assim, milhares ainda funcionam. — “Falta sensibilidade dos gestores, mas o biometano pode acelerar essa mudança”, diz Maranhão.

Marquise Ambiental, segunda maior produtora de biometano do país, abastece 15 a 20% do gás distribuído no Ceará a partir de sua usina em Fortaleza. Com novos projetos em Osasco (SP), Natal (RN) e Manaus (AM), a empresa acredita que o biometano será fundamental na transição energética global.

— “É um caminho sem volta”, avalia Hugo Nery, presidente da Marquise.

Aterros preparados para produzir biometano conseguem capturar até 90% do biogás, gerando créditos de carbonoMilton Pilão, CEO do Grupo Orizon, destaca que a regulamentação desse mercado é essencial para que empresas brasileiras possam competir internacionalmente.

Com investimentos e políticas adequadas, o biometano pode se tornar uma das principais soluções para reduzir emissões e transformar o lixo em energia limpa.

Fonte: O Globo

https://oglobo.globo.com/um-so-planeta/noticia/2025/04/22/uma-arabia-saudita-de-energia-limpa-producao-de-biometano-tem-alta-no-brasil-a-partir-de-aterros-sanitarios.ghtml

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