O senador Alan Rick (União Brasil) rebateu com firmeza, nesta quinta-feira (04), as declarações do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), sobre o projeto de erradicação dos lixões no Acre. Segundo o parlamentar, a prefeitura tem promovido distorções e confusões deliberadas para justificar sua recusa em aderir ao consórcio estadual de resíduos sólidos, o CINRESO/AC.
“É com perplexidade e uma boa dose de paciência cívica que recebo as recentes declarações do prefeito de Rio Branco. Diante de um projeto sério, construído com base técnica, viabilidade jurídica e recurso garantido por fundo federal, o que se esperava da maior liderança municipal do estado era compromisso. O que se vê, no entanto, é um esforço contínuo para confundir, distorcer e desinformar”, afirmou o senador.
Alan Rick destacou que o projeto nasceu a partir de diretrizes do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), com inspiração em experiências exitosas, como a do Amapá, e é totalmente financiado pelo Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FDIRS). “Jamais citei valores fechados. O custo pode chegar a R$ 15 milhões, mas quem banca é o fundo — não há ônus para as prefeituras”, reforçou.
Segundo o senador, a real motivação da recusa do prefeito é a existência de um acordo pouco transparente com uma empresa de Santa Catarina, cujos detalhes jamais foram apresentados ao Ministério Público ou às Câmaras Municipais. “O modelo proposto exige investimento de R$ 5,5 milhões dos municípios para adquirir uma usina com capacidade irrisória — duas toneladas por dia. Só Tarauacá produz 40 toneladas. Rio Branco, 210. O Acre, 607 toneladas diárias. A matemática, como a gestão, não fecha”, criticou. Alan Rick também respondeu às alegações do prefeito sobre a doação do terreno ao 7º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), destacando a demora injustificável. “A desapropriação foi prometida há mais de um ano e até agora o terreno sequer foi formalizado. O Exército aguarda. A cidade espera. E o prefeito responde com o que melhor sabe oferecer: desculpas”, declarou.
Ao final, o senador reafirmou seu compromisso com políticas públicas sérias e responsabilidade na aplicação dos recursos: “O papel de um senador da República é propor soluções, articular recursos e cobrar resultados. Isso incomoda quem prefere manter as coisas como estão. Nosso mandato vai seguir incomodando quem se acostumou a explicar a paralisia com discursos prontos. O Acre merece mais.”
O outro lado
Em resposta, o prefeito Tião Bocalom afirmou que não assinará o contrato do FDIRS “para não colocar os municípios em risco”. Segundo ele, houve mudanças na proposta ao longo do tempo e o governo estadual não teria garantido o ressarcimento de valores caso o projeto não fosse executado. “Jamais colocarei nossos municípios em tamanho débito”, disse. Sobre o terreno do 7º BEC, Bocalom alegou que o processo de desapropriação está em curso e que ainda depende de levantamento topográfico, avaliação de valor e emissão do decreto de utilidade pública.
Fonte: Acre ao Vivo